O Encontro Distrital de Articulação em prol dos Direitos da
Criança decorrido no passado dia 12 de Fevereiro, no Auditório da Câmara de
Mé-Zochi, contou com a participação de ONG, líderes religiosos, responsáveis
das Escolas Básicas e Secundárias, representantes estudantis, representantes da
Câmara Distrital, da Polícia e dos Bombeiros, que partilham a preocupação da
falta de respostas a crianças em situação de vulnerabilidade sócio-económica,
ao nível daquele que é o segundo distrito mais populoso de São Tomé e Príncipe.
"Esta é uma iniciativa que acarinhamos porque falar de
crianças diz respeito a todos nós", referiu Isabel Mayza Domingos, presidente
da Câmara Distrital de Mé-Zochi, na sessão de abertura. "Há crianças que
estão numa posição de muita vulnerabilidade, mesmo na família",
prosseguiu. Deixou um apelo à conjugação de esforços por parte das organizações
presentes, reforçando a necessidade de um "trabalho de concertação" e
afirmando o empenho do poder local: "Nós, a Câmara, não vamos abrir mãos
da nossa responsabilidade."
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Isabel Mayza Domingos, presidente da Câmara Distrital de Mé-Zochi (em pé) |
Num primeiro momento, a representante da ACEP, Liliana Azevedo, apresentou o projecto e os resultados obtidos nas fases anteriores, a presidente da Fundação Novo Futuro, Dulce Gomes, falou de como o projecto foi desenvolvido e apropriado em São Tomé e Príncipe e Joaquim Queiroz, um dos jovens beneficiários na 1ª fase, partilhou a sua experiência enquanto co-autor do livro "Vozes de Nós: Bissau, Huambo, São Tomé". Entre outros resultados, destacaram-se: o aumento da auto-estima das crianças e jovens participantes no projecto, o reforço do debate sobre direitos das crianças e dos jovens nas sociedades dos países parceiros e o reforço das parcerias e redes de colaboração e intercâmbio ao nível dos países de língua portuguesa.
O debate foi muito participado, tendo-se traçado um
diagnóstico de carência em termos de competências familiares, falta de
respostas no distrito para crianças em situação de vulnerabilidade,
desconhecimento das respostas já existentes a nível nacional e falta de
concertação entre os diferentes actores.
Do encontro, saiu a proposta de criação de uma Plataforma Distrital que reúna os diferentes actores com responsabilidade na defesa e promoção dos direitos das crianças (Câmara, Polícia, Escolas, Saúde, ONG e Igrejas) no sentido de trabalhar numa estratégia para o distrito de Mé-Zochi.
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